Não é de hoje que o deputado estadual Roberto Henriques cobra a solução para o projeto de “Mitigação das Cheias do Rio Muriaé e Pomba”. Para traduzir a situação das cheias nos municípios do Norte e Noroeste Fluminense, o parlamentar sempre utiliza o trecho do livro “A Planície do solar e da senzala” do grande campista, Alberto Ribeiro Lamego, de 1934, onde diz: “Após as cheias, sobram aos pés da população lágrimas e lama. Porém na mente, a certeza de que o Governo é gastador, nada faz para conter o flagelo das enchentes”.
Segundo o deputado, 80 anos se passaram e a situação é a mesma.
Durante o programa de rádio “Integração Regional”, na rádio Light FM de Itaperuna, Henriques convidou o novo secretário de meio ambiente, Índio da Costa, para uma visita às regiões Noroeste e Norte, para que o mesmo acompanhe de perto os anseios dos moradores das cidades de Laje do Muriaé, Italva, Itaperuna, Cardoso Moreira, Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Francisco do Itabapoana, São Fidélis e Santo Antônio de Pádua, sempre afetados com as cheias dos rios Muriaé e Pomba. O secretário Índio da Costa aceitou o convite e se comprometeu a fazer a visita em março. A enchente mais recente ocorrida nas regiões foi em dezembro de 2013, e deixou 36 famílias ribeirinhas do município de Italva desalojadas.
Em entrevista ao jornal “Repórter”, o comandante do 4º Comando de Bombeiro de Área, que atende as regiões Noroeste e Norte do estado, atendendo 18 municípios, o Cel. Douglas Paulich, pós-graduado em Inteligência e Defesa Civil na COPPE-UFRJ e mestre em Defesa Civil e Segurança pela UFF, afirmou que o custo das obras serão pagos após três enchentes.
“De acordo com os dados divulgados no Sistema Nacional de Defesa Civil do Governo Federal, o custo da obra, que é de cerca de R$ 600 milhões, será pago na terceira cheia na região. Se olharmos as informações da enchente de 2011, que foi considerada de médio porte, na região do Noroeste e Norte Fluminense, consta que a perda do comércio, indústria, pecuária, agropecuária, humana, natural e social foi estimada em R$ 200 milhões. Já tivemos catástrofes maiores e estimo que na terceira enchente já teremos economizado mais do que o dinheiro gasto na obra”, afirmou o coronel Douglas Paulich.
Ainda segundo o coronel, de 2001 até 2012 já aconteceram 96 desastres naturais e decretação de situação de emergência nas regiões. O projeto do Governo Estadual fará intervenções nas cidades do Noroeste e beneficiará direta e indiretamente aoutras cidades do Noroeste e Norte do Estado.
Em 2011, o deputado abraçou a luta junto às autoridades do Governo do Estado para viabilização de uma ação que não fosse meramente de socorro, e sim, obras de estrutura para combater as enchentes. O parlamentar participou de todas as audiências públicas que aconteceram em Laje do Muriaé e Santo Antônio de Pádua, para os licenciamentos ambientais, atendendo as exigências da Lei de Licitação 8666/93, além de várias reuniões. Trabalhou pela aprovação da Lei estadual 6183/12 que autorizou o governo a contratar financiamento para obras estruturantes para as regiões do Estado e incluir no plano de trabalho do projeto, R$ 650 milhões para obras de controle de cheias do Rio Muriaé e Rio Pomba, no Noroeste e Norte Fluminense. Sempre ao lado do   vice-Governador Luís Fernando Pezão, que na esfera do Executivo foi o grande abraçador das reivindicações do povo que sofre com as enchentes.
“Trata-se da maior obra de infraestrutura do Noroeste e do Norte fluminense. Nos últimos 10 anos foram 96 situações de emergência registradas por causa das enchentes que passaram a acontecer quase que de ano em ano.  Governador Sergio Cabral e seu vice Pezão, ao realizarem esta obra, irão proporcionar as condições para que os municípios estejam seguros nos períodos das fortes chuvas do Rio Pomba e Rio Muriaé. Além dos benefícios à Defesa Civil, a obra garantirá também às condições ideais para o desenvolvimento da agricultura, da pecuária, da pesca e do comércio”, afirmou o deputado Roberto Henriques.
PROJETO:
Rio Muriaé
•    Laje do Muriaé: Construção de uma barragem com cerca de 81 metros de comprimento e 23 de altura. A barragem terá a capacidade de reter 9,6 bilhões de litros de água. Nos períodos de chuva, a barragem irá regular a vazão de água, garantindo que o rio corra normalmente no seu leito, retendo o volume excedente. Será implantado também um canal de desvio de cerca de 5,90 km de extensão, com escavação de 2,8 milhões de metros cúbicos, incluindo diques de contenção, enrocamentos, cortina atirantada e ampliação de duas pontes na BR 356.
Trecho Urbano: Implantação de diques de aterro e diques de gabião ao longo das margens do rio, aumentando a capacidade de vazão, velocidade de escoamento e evitando erosões que possam restringir o leito.
•    Itaperuna: Obras semelhantes às de Laje do Muriaé. Construção de uma barragem com cerca de 271m de comprimento e 24m de altura, capaz de reter cerca de 14,6 bilhões de litros de água. Um canal de desvio de 7,2km de extensão com escavação de 1,5 milhões de metros cúbicos, incluindo diques de contenção, enrocamentos, cortina atirantada e construção de duas pontes e um túnel escavado em rocha.
Trecho Urbano: Obras para ampliar o escoamento das águas do Rio Muriaé com a construção de diques de gabião e diques de aterro.
•    Italva: Regularização do trecho urbano do rio através de implantação de diques de gabião e diques de aterro. Dragagem para regularizar o leito do Rio.
•    Cardoso Moreira: Regularização do trecho urbano e implantação de diques de gabião e diques de aterro. Dragagem de uma sessão para o leito do Rio.
Rio Pomba
•    Santo Antônio de Pádua: implantação de diques de gabião e diques de aterro e dragagem de um extenso trecho ao longo do Rio.
* Nos períodos de estiagem, a reserva de água retida poderá ser utilizada como irrigação na zona rural e também reforço no abastecimento de água nas cidades.
Next
Postagem mais recente
Previous
This is the last post.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Top